Como pensamos? Há várias maneiras de dividir as atividades do intelecto. Para efeito didático, escolhemos, da tradição filosófica, as seguintes; juízo, imaginação, memória, percepção e razão.
JUÍZO – atividade intelectual de escolha, avaliação e decisão (Aristóteles, D Alma, III, 495). Da pergunta fundamental – "Qual o critério ou a regra dos nossos juízos?" – podemos derivar outras tantas, tais como: Por que escolhemos isto e não aquilo? Por que achamos· mais importante isto e não aquilo? Por que tomamos esta decisão e não outra?
IMAGINAÇÃO – condenada pela tradição filosófica, a imaginação encontra um lugar de importância na Filosofia Contemporânea, em especial com Jean-Paul Sartre. A imaginação como criação de imagens que podem libertar o indivíduo da relação imediata com o mundo. Ao imaginarmos um mundo que não existe, poderíamos julgar o mundo que existe. A imaginação desenvolve os indivíduos e pode levá-los a fazer as mais diferentes proposições. Por exemplo: podemos imaginar onde Deus mora? Podemos imaginar um mundo sem violência ou desamor? Podemos imaginar a presença de alguém que não está perto? Podemos imaginar a dor que as outras pessoas sentem? Podemos imaginar o que ainda não foi pensado? Enfim, talvez, a pergunta mais importante a fazer é: "Como desenvolver a imaginação?".
MEMÓRIA – por exemplo, uma fórmula matemática que aprendemos há algum tempo –, a memória é considerada de outro modo pela Filosofia Contemporânea. Henri Bergson, por exemplo, no livro Matéria e, memória, defende a idéia de que a memória não é apenas acessar um conhecimento do passado, mas é a possibilidade efetiva de vivermos de novo o que aconteceu ou o que aprendemos. Nosso corpo guarda o passado e, por isso, lembrar é reviver. Urna questão importante a se colocar sobre isso é: "Como desenvolver a memória e o que deve - ou pode - ser esquecido?", ampliando, a partir dela, o leque de questões e indagando, por exemplo: o que não se deve esquecer jamais? Perdoar é esquecer? O que o/a professor(a) disse na semana passada e caiu nesta prova? Qual a data de aniversário do nosso namoro? Como reviver aquele dia tão feliz da minha vida?
PERCEPÇÃO – Lembrando que percepção é o exame das sensações, podemos partir disso para conhecer o mundo. Por meio da percepção, nós não apenas ouvimos o som em uma festa, mas podemos compreender o ritmo, verificar se as pessoas estão felizes e enxergar seus movimentos de dança etc. Assim, as questões de caráter ético que podemos fazer agora são: como melhorar a percepção do mundo? Como sentir melhor e distinguir o que nos cerca? Por que um entendimento errado ou um mau juízo podem produzir tanto mal?
RAZÃO – Por meio da razão, que é lógica, nós temos a regra para os cálculos em nosso pensamento. O que julgamos, percebemos, lembramos e até o que imaginamos, em geral, podem obedecer às regras da lógica. Assim, a pergunta ética que podemos propor é: como aprofundar nossa racionalidade, visando a fazer o bem?
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Fontes: (SÃO PAULO-SEE, Caderno do professor: filosofia, EM, 2ª S., V.1, pp.14-15)
Fontes: (SÃO PAULO-SEE, Caderno do professor: filosofia, EM, 2ª S., V.1, pp.14-15)