Todos vós que estais
na cidade sois irmãos, [ ... ] mas ao plasmar-vos, o deus, no momento
da geração, em todos os que eram capazes de comandar misturou ouro, e
por isso são valiosos. Em todos os que eram auxiliares daqueles
misturou prata; mas ferro e bronze nos agricultores e outros artesãos.
Já que todos vós sois da mesma estirpe, no mais das vezes geraríeis
filhos muito semelhantes a vós mesmos, mas, às vezes, do ouro seria
gerado um filho de prata e, da prata, um de ouro, e assim com todas as
combinações de um metal com outro.
Aos chefes, como exigência primeira e
maior, ordenou o deus que de nada mais fossem tão bons guardiões quanto
de sua prole, nem nada guardassem com tanto rigor, procurando saber que
mistura havia na alma deles e que, se um filho tivesse dentro de si um
pouco de bronze ou de ferro, de forma alguma se compadecesse dele, mas
que o relegasse, atribuindo-lhe o valor adequado à natureza, ao grupo
dos artífices e agricultores.
Em compensação, porém, se um deles tivesse
em si um pouco de ouro ou prata, reconhecendo-lhe o valor, fizesse que
uns ascendessem à função de guardião e outros à de auxiliares, porque
havia um oráculo que previa que a cidade pereceria quando um guardião de
ferro ou bronze estivesse em função
[PLATÃO, 2006, p. 129 [415a-c].
É o que está começando a acontecer no mundo agora. Cada vez mais vemos uma inversão de valores: pessoas não conseguem mais cargos de liderança exibindo qualidades para exercer tal cargo, mas sim na base da lábia e do relacionamento interpessoal com quem está sendo comandado. Os "favelados" e "MC Catras" estão ditando as regras do que é certo ou errado. Igualdade é uma coisa, agora dar muito poder a pessoas que não sabem o que fazer com ele é muito perigoso. Não são palavras doces, mas também não estou mentindo...
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