sexta-feira, 16 de abril de 2010

COMENTARIO AO CANTICO DO FREI SOL

O Cântico de Frei Sol é o ponto máximo na oração de Francisco. Já transformado segundo a imagem do Filho de Deus, ele convida todas as criaturas a louvarem o Altíssimo.

Explicitamente, nem aparece nenhuma menção quer ao próprio Jesus quer à Trindade, como sempre acontecia em todas as suas orações.

Composto durante um inverno rigoroso, numa dura situação de doença e abandono, parece um hino juvenil de primavera.

Ele parece ter diante de si uma imagem interior e colossal de Deus Senhor do mundo e convida todos os elementos, transformados em Freis e Irmãs (uma integração do masculino e do feminino) para louvarem, como em dois coros, o Senhor que é altíssimo, onipotente e bom.
Jesus é aquele que canta mas também é evocado na figura do sol (imagem muito usada na liturgia antiga) e está insinuado nas trinta e três linhas do cântico original e num imenso monograma traçado entre e primeira e a última linha por um confronto das expressões: Altíssimo com humildade (Jesus é o altíssimo que se fez pequeno) onipotente com servo (em Jesus o onipotente se fez servidor) e bom Senhor com agradecei (como Deus, ele nos dá todos os bens, como Deus feito homem ele vem encabeçar o nosso agradecimento em palavras e em atos.

Este cântico tem um profundo sentido missionário. As fontes históricas dizem que Francisco o compôs com letra e música e chamou os frades para aprendê-lo. Deviam sair por toda parte. Um deles faria uma pregação e depois todo o grupo devia cantar para animar todas as pessoas a louvarem ao Senhor.

Nem a Irmã Morte foi esquecida, abrindo para todas as pessoas uma visão amorosa de tudo que Deus nosso Pai dispôs para nós.

O Francisco deste cântico foi movido por uma certeza, dada por Deus, de que ele tinha a salvação eterna garantida. Viver a eternidade é viver Deus e por isso é viver dando-lhe glória e louvor.

Por isso é bom ver que o sol louva a Deus sendo sol, o fogo sendo fogo... e nós realizando o que Deus sonhou para nós desde o princípio: que sejamos imagens realizadas, completas, plenas na limitação de cada um, imagens do nosso irmão mais velho, o Primogênito de todas as criaturas, que é Jesus.

Com o olhar iluminado pelo Espírito de Deus, conseguimos enxergar todo esse louvor que sobe sem cessar de todos os seres e encontramos nossa felicidade em dar voz a todos esses irmãos e irmãs. Nossa vida torna-se feliz e bem-aventurada se percebemos que nenhum mal pode impedir que reine o amor que vem de Deus.


(Fr. José Carlos C. Pedroso - Rezemos com São Francisco e Santa Clara)


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FONTE: (http://www.procasp.org.br/)

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