A História da Filosofia, como toda divisão cronológica, é uma opção arbitrária de quem estabelece os pontos de ruptura para justificar as separações entre um período e outro. É claro que esta "arbitrariedade" está sustentada em algum princípio que permite aproximações entre temas, características e proposições dos autores. Neste caso, as periodizações da História da Filosofia devem ser buscadas nos critérios de quem as fez, mais do que nas relações dos próprios filósofos, que ao escreverem e muitas vezes dialogando com textos de antepassados não estavam preocupados em pertencer a um período específico.
As caracterizações de um determinado período são úteis para uma sistematização didática, mas como toda caracterização, ao mesmo tempo em que dá identidade e especificidade ao período que está sendo caracterizado, também serve para simplificar e reduzir um determinado pensamento ao período em que ele surge. Falar de características do pensamento filosófico de uma época é uma forma de encobrimento das diversidades que existem, mas ao mesmo tempo, a procura por estas características nos auxiliam na identificação da abordagem filosófica.
Dialogando entre uma caracterização geral e as particularidades de cada filósofo, a periodização que fazemos a seguir parte de algumas das principais obras de História da Filosofia e se aproxima das divisões clássicas da própria História: antiga, medieval, moderna e contemporânea. São breves exposições e referências a alguns dos nomes que serão tratados nos volumes seguintes deste trabalho.
FILOSOFIA ANTIGA
A Filosofia Antiga refere-se a um grupo diversificado e que se localiza desde o século VI a.c. na Jônia até os primeiros tempos da era cristã. Pela dimensão temporal podemos localizar temáticas díspares que são sistematizadas neste mesmo grupo. Entre estes grupos estão:
A Filosofia Antiga refere-se a um grupo diversificado e que se localiza desde o século VI a.c. na Jônia até os primeiros tempos da era cristã. Pela dimensão temporal podemos localizar temáticas díspares que são sistematizadas neste mesmo grupo. Entre estes grupos estão:
- os pré-socráticos ou físicos: os filósofos, desde Tales de Mileto, que se localizam antes de Sócrates e se interrogavam sobre a physis (natureza), daí o nome físicos. A preocupação deles sobre o princípio (a arché) da natureza, da ordem do mundo fez com que estabelecessem as primeiras elaborações à procura de um princípio lógico que explicasse a própria natureza.
- A Filosofia Socrática. Sócrates: é a figura central da Filosofia grega. Embora nunca tenha escrito nada foi a partir dele que as questões humanas superaram as preocupações sobre o princípio ordenador da natureza. Sócrates é uma figura emblemática por ter legado à Filosofia a figura do homem questionador, que procura conhecer, interrogando as pessoas que julgava sábias. Ele dialogava e interrogava as pessoas à exaustão, através da ironia e da maiêutica, as partes constitutivas do seu método dialético: inquiria para que as pessoas pudessem "dar a luz às idéias". Incorporou o lema de um oráculo ("Conhece-te a ti mesmo") como parte de sua tarefa e foi condenado à morte.
A Filosofia sistemática. Platão e Aristóteles são os dois principais nomes deste período: Platão foi discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles. Ele foi o primeiro a sistematizar uma obra filosófica em que expressa uma determinada concepção de mundo. Sua obra é marca da pela questão do conhecimento e a associação com a atividade política. A Filosofia é filha da cidade (pólis) e ao mesmo tempo está à sua margem, por isso, os diálogos platônicos expõem os temas de um debate articulado, através da argumentação, e do impulso que desperta o pensamento e o conhecimento autêntico (epistéme) que ultrapasse as aparências (doxa).
Aristóteles apresentou diferenças substantivas em relação a Platão. Sua obra apresenta, em seu próprio modo de escrever e na escolha dos temas, uma organização que expressa o objeto e os modelos de investigação que propõe. Obras como "Metafísica", "Física", "Política", "Organon", "Poética", "Ética" identificam percursos e temas de um trabalho de demonstração argumentativa em que o logos é sistematizado.
Aristóteles apresentou diferenças substantivas em relação a Platão. Sua obra apresenta, em seu próprio modo de escrever e na escolha dos temas, uma organização que expressa o objeto e os modelos de investigação que propõe. Obras como "Metafísica", "Física", "Política", "Organon", "Poética", "Ética" identificam percursos e temas de um trabalho de demonstração argumentativa em que o logos é sistematizado.
- Filosofias do helenismo: é o período de expansão da Filosofia a partir do domínio exercido pelos macedônios e depois pelos romanos. A Filosofia deixa de ser centrada no mundo grego e ultrapassa as antigas fronteiras da ética. Nesse período podemos identificar algumas correntes como o estoicismo, o epicurismo, o ceticismo, o neoplatonismo.
- As primeiras elaborações da tradição cristã: embora haja um longo debate sobre a existência de uma Filosofia cristã, nos primeiros séculos da era cristã há uma disputa entre as tradições do helenismo e o Cristianismo nascente. Embora este não tenha um caráter especulativo como as Filosofias helenistas podemos identificar, sobretudo a partir dos apologistas do século lI, a tentativa de um diálogo entre a Fé e a Razão, para atrair os pagãos e a incorporação de princípios da exposição filosófica. O aprofundamento dessas relações marca a passagem do final do período antigo para o início do período medieval.
FILOSOFIA MEDIEVAL
A figura de Agostinho de Hipona é apresentada como um dos últimos representantes da Antiguidade e por outros como o primeiro representante da tradição medieval. Longe de esgotar este debate, nos interessa identificar que a obra de Santo Agostinho é o resultado de uma sistematização que foi muito útil para a afirmação dos ensinamentos do Cristianismo, combatendo os céticos, e retomando parte da elaboração platônica, sem, contudo, ser ele mesmo um platônico.
A figura de Agostinho de Hipona é apresentada como um dos últimos representantes da Antiguidade e por outros como o primeiro representante da tradição medieval. Longe de esgotar este debate, nos interessa identificar que a obra de Santo Agostinho é o resultado de uma sistematização que foi muito útil para a afirmação dos ensinamentos do Cristianismo, combatendo os céticos, e retomando parte da elaboração platônica, sem, contudo, ser ele mesmo um platônico.
O período da Filosofia medieval foi marcado pela instauração dos debates, as disputas como o choque entre Nominalistas e Universalistas. Houve uma separação dos saberes e dois campos de conhecimento: a Teologia, que investigava sobre as questões relativas a Deus, vista como superior; e a Filosofia, que abrangia todos os outros saberes, inclusive as investigações sobre natureza, fazendo com que a Filosofia fosse um nome dado a um grande número de saberes.
Outro grande nome da Filosofia medieval foi o de Tomás de Aquino, um dos responsáveis pela cristianização do pensamento aristotélico e pela modernização das teorias do mundo cristão. A apropriação de conceitos como "motor primeiro imóvel" e a clareza da demonstração tomistas em que é exposta uma tese, seguida dos argumentos favoráveis e contrários e a refutação desses últimos, indicava a capacidade do mestre em organizar os argumentos e realizar as sínteses da sua religião e também da obra de Aristóteles.
FILOSOFIA MODERNA
A Filosofia do período moderno tem uma pulverização de temas e abordagens. O humanismo, desde o século XIV, propunha a revalorização dos textos da Antiguidade e a defesa de uma nova ordem política, na qual a ação seria um elemento fundamental. Esta redescoberta dos textos da Antiguidade representou uma nova perspectiva não apenas política, mas também metodológica, que permitiu uma nova leitura do texto, superando os debates da escolástica medieval.
Com este despertar a teoria política e científica ganhou novos ares e as transformações pelas quais passava o continente europeu entre os séculos XV-XVIII foi marcada por um movimento de novas elaborações filosóficas: Maquiavel, Montaigne, Erasmo, More, Galileu, Descartes e Locke são alguns nomes que marcaram a Filosofia do período.
As perguntas sobre os fundamentos da realidade eram revestidos de questionamentos sobre o que é o conhecer e o papel do que se passou a chamar de "sujeito moderno". Do "cogito" cartesiano aos princípios da experiência, passando pelas novas invenções, temos um panorama de algumas das questões de fundo naquele momento.
Ao longo de todo o século XVIII desenvolveu-se a escola Iluminista com suas críticas ao mundo do Antigo Regime. Montesquieu, Voltaire, Rousseau, Diderot e outros elaboraram propostas que, muitas vezes, foram invocadas pelos revolucionários das 13 colônias inglesas ou da França.
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
Um filósofo do século XVIII (Hume) e outro da transição do XVIII para o XIX (Kant) estabelecem a grande crítica à metafísica que marca o início da Filosofia Contemporânea. O idealismo kantiano marcaria muitas formas de expressão da Filosofia contemporânea.
Um filósofo do século XVIII (Hume) e outro da transição do XVIII para o XIX (Kant) estabelecem a grande crítica à metafísica que marca o início da Filosofia Contemporânea. O idealismo kantiano marcaria muitas formas de expressão da Filosofia contemporânea.
Porém, a partir do XIX é quase impossível estabelecer uma unidade efetiva para o pensamento filosófico. O pensamento hegeliano é duramente atacado pela obra de Karl Marx e Friedrich Engels. A idéia de que a Filosofia deveria transformar o mundo e não apenas interpretá-lo encontrava poderoso eco na obra da dupla Marx/Engels. Ao mesmo tempo, o pensamento mais conservador de sistematização do conhecimento surgia dos escritos de Augusto Comte e seu Positivismo, defendendo suas leis sociais e a necessidade da ordem para o progresso.
No XIX estão as origens do pensamento Existencialista que teria muita força no século seguinte. É impossível entender os fundamentos da obra de Jean-Paul Sartre se não se levar em conta os escritos anteriores de Kierkegaard. A liberdade humana, o papel da angústia, a liberdade e uma "existência que precede uma essência" estiveram presentes em pensamentos existencialistas no século XX.
Também no final do século XIX todo o sistema racional filosófico sofre duras críticas de Nietzsche e sua forma original de escrever Filosofia.
Além do já citado Existencialismo, o século XX é acompanhado pelo desenvolvimento da Escola de Frankfurt, que a partir do período entre guerras projetou os nomes de filósofos como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Walter Benjamin. Questões sobre estética, as funções da linguagem uma teoria crítica da cultura marcaram a produção desta escola.
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FONTE (FREITAS NETO, J.A; KARNAL, L. O ensino de filosofia na escola pública do Estado de São Paulo. Vol. I, São Paulo:SEE, s/d, pp.24-27).
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FONTE (FREITAS NETO, J.A; KARNAL, L. O ensino de filosofia na escola pública do Estado de São Paulo. Vol. I, São Paulo:SEE, s/d, pp.24-27).
essa fonte e segura
ResponderExcluirBoa tarde,
ResponderExcluirÓtima pergunta a sua e talvez eu tenha me esquecido de comentar que o blog somente trabalha com fontes seguras; caso contrário, de nada adiantariam as postagem se o/a leitor/a não as pudesse conferir pos si só.
O objetivo do blog é condensar em um só lugar, as várias informações de variadas fontes sobre um mesmo assunto: neste caso, a História da Filosofia. Muito obrigado por questionar.
Até mais.
Prof.Fred Bandeira
gostaria de saber as principais escolas da filosofia moderna que nao acho em lugar algum poderia me passar por favor?
ResponderExcluirah ... nao sabemos isso
Excluirpare de ser folgado e pesquise !
Boa resposta!
ExcluirOlá,
ResponderExcluirquando se fala em "escolas", via de regra, remete-se aos primeiros períodos da Filosofia (Escola de Tales, ou de Mileto, ou Jônica - por exemplo). Neste período, o Moderno, em específico, a Filosofia não se traduz em "escolas", e talvez seja por esse motivo a sua dificuldade. Todavia, e se lhe for aceitável, poderíamos lhe indicar as correntes filosóficas como: o racionalismo, de Descartes; o humanismo, de Morus; o empirismo, de Locke; e outros.
Como dissemos, se lhe couber tais indicações, e se sobrar dúvidas quanto a isso, escreva-nos!
Até mais. Prof.FredBandeira
interessante é um belo conhecimento
ResponderExcluirvou fazer um trabalho desse site,dos periodos da historia da filosofia,mas de onde até aond me aconselha a fazer a introduçao,e no que poderia me complementar mais sobre são agostinho e são tomas!!!
ResponderExcluirSaldanha Junior, meu caro,
ResponderExcluirdiante do foco que você tem, tanto um quanto o outro estão circunscrito no contexto da ascensão da Igreja no cenário conhecido como Idade Média - penso que você poderia começar a sua pesquisa e, posterior exposição por aqui: o que foi a Idade Média e Igreja.
Em relação aos dois nomes citados, você terá, além de expor breves biografias, ainda situar o primeiro como integrante da Patrística e o segundo, da Escolástica - o que lhe demandará muito trabalho. Aliás, bom trabalho.
Até mais!
Primeiro, gostaria de parabeniza-lo e agradecer por tuas postagens.
ResponderExcluirPoderia me dizer se, poderíamos dizer que hoje em dia há pessoas que vivem de modo antigo, de modo medieval, ou de modo moderno? O que poderia usar como exemplo analizando os ultimos 12 meses?
ziulrd@hotmail.com
Obrigado!
gostaria de saber o príodo pressocratismo
ResponderExcluirBoa tarde!
ResponderExcluirAté onde me chegam as informações, não há um período específico chamado de "pressocratismo", como é mencionado. Há, contudo, o contexto que Sócrates desenvolve o seu pensamento, que é chamado de período clássico ou socrático. O período anterior a Sócrates é o o já conhecido Período Pré socrático (o que antecede a Sócrates). Até mais!
Primeiro, gostaria de parabeniza-lo e agradecer por tuas postagens.
ResponderExcluirPoderia me dizer se, poderíamos dizer que hoje em dia há pessoas que vivem de modo antigo, de modo medieval, ou de modo moderno? O que poderia usar como exemplo analizando os ultimos 12 meses?
obrigada, bjs.
vc. vai responder?
Olá, anônima!
ResponderExcluirEm minhas medidas, eu procuro responder aos comentários; porém, espero que vocês também o façam, contribuindo com seus saberes. Curiosa a sua questão: não faz muito tempo estive em uma roda onde se comentava sobre as feiras-livres atuais e que de modernas não têm nada - elas surgiram dessa forma na Idade Média e se conservam; da Antiguidade, veja os modelos de vida: as famílias patriarcais, o homem assumindo a incumbência de provedor da casa, de arcar com o dinheiro e a mulher com os tarefas da casa e da educação dos filhos; do mundo moderno (séc XV-XVIII), podemos nos basear pela negação do divino, do desencantamento e da supremacia da razão. Assim, não diria somente nos últimos 12 meses, mas em toda o período que se seguiram as Eras. A vida do ser humano é um constante emaranhado de Eras. Quanto a me parabenizar, eu lhe sou grato na mesma intensidade que você teve o cuidado em me agradecer. Deixo-lhe um abraço, porque ao fazê-lo tenho de abrir os braços e ter as mãos livres, isto é, terei de me despojar inclusive da lisonja, senão o abraço não lhe seria verdadeiro. Até mais.
sobre essa história da filosofia onde encontro a conclusão e biografia,pois no trabalho que preciso fazer é exigido além disso,manuscrito em folha almaço obrigada está sendo de muita ajuda.
ResponderExcluirCara Anônima,
ResponderExcluirtalvez você pudesse ajudar se: 1º concusão sobre o que em específico?; 2º biografia - escrita da vida - de quem? Até mais.
oi grata por responder,mas infelizmente ñ pude estar presente na aula em que o prof°pediu o trabalho,agora só dia 03/10 que terei aula c/ ele,aí sim poderei saber direito o que ele está pedindo.Mas agradeço desde já até mais...e meu nome é Elisabete de Guarulhos ñ consegui postar c/ meu nome.
ResponderExcluirPara colocar o seu nome há dois caminhos:
ResponderExcluir1º tornando-se seguidora do blog;
ou
2º tendo uma conta do google.
Até mais.
Parabéns !
ResponderExcluirO conteúdo deste blog me ajudou bastante num trabalho de filosofia
Muito obrigada
:)
Parabéns...muito bom o blog !
ResponderExcluirOnde encontro a conclusão e a bibliografia sobre esse assunto?
Obrigada....
Olá,
Excluira conclusão não será possível de se encontrada em razão de a filosofia não ter descrito um fim; a bibliografia está mencionada ao final do texto. Até mais.
Boa tarde estou fazendo um trabalho de períodos da historia da filosofia do direito e estou em duvida como posso fazer um resumo das divisões da historia?
ResponderExcluirOlá, Centeno Repr.,
Excluirse você estiver fazendo o resumo das divisões da história em vistas ao Direito, então sugiro você procurar no marcadores 3º ano sociologia, ali tem alguns posts sobre a História do Direito, desde a sua concepção grega até os dias atuais, passando pela Roma Antiga e os primeiros estudiosos dos direitos, os iluministas. Se for esse o caso, então você terá o material ali. Se for o caso da história da filosofia, então procure pelo link http://jaueras.blogspot.com.br/search/label/FILOSOFIA%201%C2%BA%20ANO ou http://jaueras.blogspot.com.br/2010/04/periodos-da-historia-da-filosofia.html?showComment=1336242643329 (basta colar um ou outro em sua barra de endereço), que já há um post que cumpre com essa exigência. Se de todo não for nenhuma dessas situações, por gentileza, escreva-me explicitando o que é que lhe exigido. Até mais.
Muito Boom .. me ajudou muito ,
ResponderExcluirno meu trabalho escolar ;*
Obrigada .
By : Anna Jamily
Cara Anna Jamilly,
Excluirfique à vontade!
Até mais.
gostaria de saber sobrea importancia da filosofia da educação para o estudante de pedagogia, hoje? Desde já agradeço e amei o teu blog
ResponderExcluirCaro Anônimo,
ExcluirVou me limitar a transcrever uma seção do livro Filosofia da Educação, de Maria Lúcia de Arruda Aranha (1996, p.108), para que eu incorra no risco de minimizar a importância da formação global do aluno de pedagogia.
4. Filosofia da educação
Cada povo tem um processo de educação pelo qual transmite a cultura, seja de maneira informal ou por meio de instituições como a escola. No entanto, nem sempre o homem reflete especificamente e de maneira rigorosa sobre o ato de educar. Muitas vezes a educação é dada de maneira espontânea, a partir do senso comum, repetindo-se costumes transmitidos de geração para geração.
A teoria, contudo, é necessária para que se supere o espontaneísmo, permitindo que a ação educacional se torne mais coerente e eficaz. Aliás, é bom lembrar que, segundo o conceito de práxis, a teoria não se separa da prática, que é o seu fundamento. Isso significa que ela não se desliga da realidade, mas nasce do contexto social, econômico e político em que vai atuar. Quanto mais rigorosa for, mais intencional será a prática.
Se a filosofia é uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto que se faz a partir dos problemas propostos pelo nosso existir, é inevitável que entre esses problemas estejam os que se referem à educação. Portanto, cabe ao filósofo acompanhar reflexiva e criticamente a ação pedagógica, de modo a promover a passagem "de uma educação assistemática (guiada pelo senso comum) para uma educação sistematizada (alçada ao nível da consciência filosófica) (SAVIANI, Educação: do senso comum à consciência filosófica, p.54).
A partir da análise do contexto vivido, o filósofo indaga a respeito do homem que se quer outros, já decadentes, e quais os pressupostos do conhecimento subjacentes aos métodos e procedimentos utilizados. Como se vê, destacamos aí os três aspectos - antropológico axiológico e epistemológico [...].
Cabe à filosofia, entre outras coisas, examinar a concepção de homem que orienta a ação pedagógica, para que não se eduque a partir da noção abstrata de "criança em si", de "homem em si". Da mesma forma, não há como definir objetivos educacionais se não temos claros o valores que orientam nossa ação. O filósofo deve avaliar os currículos, as técnicas e os métodos a fim de julgar se são adequados ou não aos fins propostos sem cair no tecnicismo, risco inevitável sempre que os meios são super-valorizados e se desconhecem as bases teóricas do agir.
Diante do avanço das ciências humanas, alguém talvez argumente que a filosofia da educação terá seu campo bastante restringido. Embora sejam importantíssimas as conquistas da psicologia e da sociologia, e delas muito tem se aproveitado a pedagogia, a filosofia tem ainda tarefas bastante específicas, que não podem ser desprezadas.
Além das análises antropológicas, axiológicas e epistemológicas acima referidas, a filosofia tem a função de interdisciplinaridade, pela qual estabelece a ligação entre as diversas ciências e técnicas que auxiliam a pedagogia. Por exemplo, é a análise filosófica que permite refletir a respeito do risco que representam os "ismos", ou seja, a preponderância de uma determinada ciência na análise dos fenômenos pedagógicos (o psicologismo, o sociologismo, o economicismo etc.) [...].
Tendo sempre presente o questionamento sobre o que é a educação, a filosofia não permite que a pedagogia se torne dogmática nem que a educação se transforme em adestramento ou qualquer outro tipo de pseudo-educação.
Concluindo, é necessário que a formação do pedagogo esteja voltada não só para o preparo técnico-científico, mas também para a politização e a fundamentação filosófica de sua atividade.
Até mais.
Boa Tarde Pro. Fred, Primeiro gostaria de agradecer pelo Blog, está sendo de muita ajuda, consegui entender melhor o período histórico da Filosofia, porém me ficou uma interrogação não consegui entender bem a Filosofia Moderna, o sr. poderia me definir melhor, digo, qual foi realmente o marco mais importante ou relevante desse período?
ResponderExcluirDesde já agradeço e aguardo.
Daniela
Cara Daniela, se mesmo diante das escritas sobre a divisão da filosofia em quatro grandes períodos e a apresentação dos filósofos de cada um dos períodos, e em específicos lhe pairam dúvidas, vou tentar, de modo arbitrário, relatar tópicos que me parecem ser relevantes para o período (tomara eu consiga atingir a sua questão). Vamos aos 10 tópicos:
Excluir1º. Em primeiro, no mais alto é a volta da razão. Kant expressa bem isso quando diz: acima de mim somente o céu estrelado e a luz da razão;
2º há uma diferenciação do Humanismo renascentista do Antropocentrismo moderno;
3º aparece a compreensão de historicidade e o fenômeno do individualismo moderno;
4º explode a Revolução científica do séc. XVII;
5º há a distinção entre empirismo e racionalismo, com suas questões centrais;
6º Kant desponta como o filósofo da razão, do dever e da liberdade;
7º separação entre o que é moral e o que é direito;
8º as teorias contratualistas modernas, como são os caso do jusnaturalismo e o contratualismo;
9º a natureza humana e o surgimento das teorias;
10º o Estado: concepções de soberania nos filósofos.
Tentemos assim e, se mesmo assim, ainda não for possível, mudamos de metodologia. Até mais.
ôlá queria saber de que forma as discussões sociológicas clássicas auxilia-nos a entender questões ou problemas contemporâneos? muito obg, por esse espaço.
ResponderExcluirOlá, Anônimo,
Excluirse você está se referindo ao Período Moderno, em específico, então, basta que você se lemebre de que é aqui que ocorre a separação entre Filosofia e Sociologia (e toda a discussão sociológica).
Enquanto que a filosofia se apresenta como uma reflexão acerca do todo, do ser universal, a sociologia tende a verificar a localidade, o particular, o caso específico.
Daqui, desde essa distinção é que foi possível abrir para as discussões presentes do mundo contemporâneo.
Até mais.
professor vc me ajudou na minha pesquisa ms ainda estou por entender sobre o periodo sistematico na filosofia antiga
ResponderExcluirCaro Prof. Fred, necessito da sua orientação.
ResponderExcluirVou introduzir filosofia numa turma, onde será a primeira aula deles. Como passar o conteudo de uma forma bem descontraida e que assunto seria interessante, para despertar neles o gosto pela Filosofia?
Olá,
ResponderExcluirdepende muito do público que vai receber a sua exposição sobre filosofia e depende também de sua atenção ao expor: qual é o seu objetivo.
De modo bem amplo, você poderia iniciar com o entendimento trazido pelos mitos (ou por um mito em especial), partir de uma música, de um poema...
Escreva-me mais sobre isso no email ou no face.
Até mais.
Ola professor! Confesso q estou um pouco tonta c um texto q acabei de ler de autoria de Danilo Marcondes sobre Hegel e a importância da história. Sempre ao final desses textos, no módulo usado p estudo, são colocadas algumas questões para discussão. Estando realmente atrasada p discutir em sala, gostaria de saber se seria possível uma ajuda em duas questões: a primeira refere-se aos pontos fundamentais da crítica de Hegel a Kant. ficou claro q a crítica se refere a dicotomia entre razao teórica e a razão prática de Kant, porém não alcancei entendimento a respeito de tais, muito menos o q Hegel coloca em contrapartida. A segunda passa pelo processo de formação da consciÊncia (como Hegel VÊ esse processo) e a concepção hegeliana de subjetividade. Espero q tenha disponibilidade em me ajudar pois conheço e realmente confio em sua didática. Muito grata pela atençao! Forte abraço!
ResponderExcluirOlá Meu Nome é James Taylor e estou fazendo uma resenha sobre Emmanuel Kant paz Perpetua. Eu nao sei fazer essa resenha não porque a limguagem dele e muito rui e não sei como fazer vc tem uma ae?
ResponderExcluirCaro James,
Excluirsobre esse tipo de ajuda/trabalho, por hora, não dispomos de nada.
ola, gostaria de saber qual é a divisão da filosofia histórica e a sistemática .
ResponderExcluirAntes de responder, vamos considerar que:
Excluir* Histórica obedece a linha do tempo;
* Sistemática obedece a linha do pensamento;
Dessa forma, ao passo que a Filosofia Histórica descreve os filósofos e suas produções ao longo da História da Humanidade; em cada momento da História, você poderá fazer um rasgo e lá estará o filósofo tal com o seu pensamento; a Filosofia, obedecendo ao modelo sistemático, poderia ser entendida como uma aproximação dos filósofos e de suas produção que se seguem em uma linha de proximidade, nesse caso, podemos dividi-los enquanto simpatizante ou próximos ao pensamento de Platão (idealistas, racionalistas, inatistas) e de outro lado, os que se aproximam de Aristóteles (empíricos, existencialistas, fenomenologistas).
qual o principal filosofo da época moderna
ResponderExcluirEssa é uma boa pergunta porque não se obtém uma resposta satisfatória, pois ao ser mencionado X, outros lhes apontarão falhas e apontarão para Y.
ExcluirA meu gosto: Nietzsche!
Olá,estou fazendo um trabalho para escola e queria saber mais sobre a colaboração ou contribuição do periodo contemporaneo para a filosofia. - desde já obrigado ;D
ResponderExcluirbom dia gostaria de saber as principais caracteristicas da filosofia contemporãnea
ResponderExcluirOlá.. gostaria de saber sobre o Iluminismo também será que poderia ter a gentileza de me mostrar ?
ResponderExcluirDês de já agradeço
boa tarde! gostaria de saber Qual a principal diferença entre as visões dos quatro grandes períodos da Filosofia?
ResponderExcluirkeila costa, boa noite professor, obrigada por me esclarecer algumas duvidas quanto aos periodos historicos da filosofia, mas me sinto incapaz de encontrar a(s) diferença(s) entre os mesmos.
ResponderExcluirPor favor poderia me ajudar, estou fazendo um trabalho escolar sobre o período Iluminista de filosofia. Procurei em vários sites, porém a maioria traz outros períodos e este não... será que poderia me falar sobre este? Obrigado!
ResponderExcluirestou fazendo um trabalho sobre esse assunto eh preciso de uma introdução e desenvolvimento..sera q poderia me falar?
ResponderExcluirobrigado!
qual a editora, edição?
ResponderExcluirOlá, não sei quem vocês são, mas o texto acima me ajudou de tal forma no trabalho para a faculdade que me senti na OBRIGAÇÃO de deixar aqui meu agradecimento. O texto está ótimo e muito claro! Continuem com o trabalho de vocês, tenho certeza que o mesmo deve ajudar muitos alunos por ai! Abraços e que texto!!
ResponderExcluirOlá, gostaria de saber as semelhanças e diferenças de cada período da história da filosofia? Obg
ResponderExcluirola, gostaria de saber qual período e o cosmogônico
ResponderExcluir