PLATÃO (427-348 a.C.)
Platão foi discípulo de Sócrates e, como outros jovens de sua época, aproximou-se do mestre para preparar-se para o exercício da vida política. Atenas era uma cidade em transformação no tempo de Platão: a instabilidade de governos, oscilando entre regimes oligárquicos e a democracia – que condenou Sócrates à morte –, a Guerra do Peloponeso. Estes temas marcaram a vida e a obra de Platão.
A obra de Platão é, provavelmente, a mais discutida na História da Filosofia. A partir de sua obra tivemos várias leitura s e interpretações: de visões religiosas a posturas políticas sempre houve um grande debate sem torno das afirmações do fundador da Academia. A tradição cristã, por exemplo, enfatizou a questão da imortalidade da alma; no séc. XIX, foi apresentado como um puro racionalista que identificava realidade e inteligência.
O estilo literário de Platão é facilmente reconhecido. A obra possui uma estrutura de diálogos, que foram intitulados com o nome do principal debatedor que dialogava com Sócrates, personagem central em todos eles. A figura de Sócrates, inclusive é um dos critérios para definir a obra de Platão. Nos primeiros diálogos (também chamados de socráticos), há exposição do que é o próprio Sócrates; nos diálogos posteriores (não-socráticos), Sócrates torna-se uma personagem, e Platão desenvolve seus argumentos para demonstrar sua teoria e compõem uma obra articulada.
Platão foi discípulo de Sócrates e, como outros jovens de sua época, aproximou-se do mestre para preparar-se para o exercício da vida política. Atenas era uma cidade em transformação no tempo de Platão: a instabilidade de governos, oscilando entre regimes oligárquicos e a democracia – que condenou Sócrates à morte –, a Guerra do Peloponeso. Estes temas marcaram a vida e a obra de Platão.
A obra de Platão é, provavelmente, a mais discutida na História da Filosofia. A partir de sua obra tivemos várias leitura s e interpretações: de visões religiosas a posturas políticas sempre houve um grande debate sem torno das afirmações do fundador da Academia. A tradição cristã, por exemplo, enfatizou a questão da imortalidade da alma; no séc. XIX, foi apresentado como um puro racionalista que identificava realidade e inteligência.
O estilo literário de Platão é facilmente reconhecido. A obra possui uma estrutura de diálogos, que foram intitulados com o nome do principal debatedor que dialogava com Sócrates, personagem central em todos eles. A figura de Sócrates, inclusive é um dos critérios para definir a obra de Platão. Nos primeiros diálogos (também chamados de socráticos), há exposição do que é o próprio Sócrates; nos diálogos posteriores (não-socráticos), Sócrates torna-se uma personagem, e Platão desenvolve seus argumentos para demonstrar sua teoria e compõem uma obra articulada.
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FRAGMENTOS.
1. Alegoria da Caverna
No fragmento a seguir está exposto o conceito que o filósofo tem sobre o mundo das idéias.
“Vamos imaginar um grupo de pessoas morando numa caverna. Os moradores estão ao desde sua infância, presos por correntes nas pernas e no pescoço. Assim, eles não conseguem mover-se nem virar a cabeça para trás: só pode, ver o que se passa a sua frente. A luz que chega ao fundo da caverna vem de uma fogueira que fica sobre um monte atrás dos prisioneiros, lá fora. Entre esse fogo e os moradores da caverna, existe um caminho, com um pequeno muro, semelhante ao tabique atrás do qual os apresentadores de fantoches se colocam para exibir seus bonecos ao público. Agora imagine que por esse caminho as pessoas transportam sobre a cabeça objetos de todos os tipos: por exemplo. Estatuetas de figuras humanas e de animais. Numa situação como essa, a única coisa que os prisioneiros poderiam ver e conhecer seriam as sombras projetadas na parede a sua frente. Se eles pudessem conversar entre si, diriam que eram objetos reais as sombras que estavam vendo. Além disso, quando alguém falasse lá em cima, os prisioneiros pensariam que os sons eram emitidos pelas sombras. Pense agora no que aconteceria se libertassem um dos presos e o forçassem a ir para fora da caverna. Ofuscado, ele sofreria, não conseguindo perceber os objetos dos quais só conhecera as sombras. Ele precisaria habituar-se à luz para olhar as coisas no exterior da caverna. A princípio, veria melhor as sombras. Depois, refletida nas águas, perceberia a imagem dos homens e dos outros seres. Só mais tarde é que conseguiria distinguir os próprios seres. Depois de passar por essa experiência, durante a noite poderia contemplar o céu, as estrelas e a Lua, com muito mais facilidade do que o Sol e a luz do dia. Imagine então que esse homem voltasse à caverna e se sentasse em seu antigo lugar. Ao retornar para o fundo, ele ficara temporariamente cego em meio às trevas. Enquanto ainda estivesse com a vista confusa, seus companheiros ririam dele, se ele tentasse convencê-los sobre a verdadeira realidade das coisas que ali são vistas como sombras. Os prisioneiros diriam que a subida para o mundo exterior lhe prejudicara a vista e que, portanto, não valia a pena chegar até lá.”
No fragmento a seguir está exposto o conceito que o filósofo tem sobre o mundo das idéias.
“Vamos imaginar um grupo de pessoas morando numa caverna. Os moradores estão ao desde sua infância, presos por correntes nas pernas e no pescoço. Assim, eles não conseguem mover-se nem virar a cabeça para trás: só pode, ver o que se passa a sua frente. A luz que chega ao fundo da caverna vem de uma fogueira que fica sobre um monte atrás dos prisioneiros, lá fora. Entre esse fogo e os moradores da caverna, existe um caminho, com um pequeno muro, semelhante ao tabique atrás do qual os apresentadores de fantoches se colocam para exibir seus bonecos ao público. Agora imagine que por esse caminho as pessoas transportam sobre a cabeça objetos de todos os tipos: por exemplo. Estatuetas de figuras humanas e de animais. Numa situação como essa, a única coisa que os prisioneiros poderiam ver e conhecer seriam as sombras projetadas na parede a sua frente. Se eles pudessem conversar entre si, diriam que eram objetos reais as sombras que estavam vendo. Além disso, quando alguém falasse lá em cima, os prisioneiros pensariam que os sons eram emitidos pelas sombras. Pense agora no que aconteceria se libertassem um dos presos e o forçassem a ir para fora da caverna. Ofuscado, ele sofreria, não conseguindo perceber os objetos dos quais só conhecera as sombras. Ele precisaria habituar-se à luz para olhar as coisas no exterior da caverna. A princípio, veria melhor as sombras. Depois, refletida nas águas, perceberia a imagem dos homens e dos outros seres. Só mais tarde é que conseguiria distinguir os próprios seres. Depois de passar por essa experiência, durante a noite poderia contemplar o céu, as estrelas e a Lua, com muito mais facilidade do que o Sol e a luz do dia. Imagine então que esse homem voltasse à caverna e se sentasse em seu antigo lugar. Ao retornar para o fundo, ele ficara temporariamente cego em meio às trevas. Enquanto ainda estivesse com a vista confusa, seus companheiros ririam dele, se ele tentasse convencê-los sobre a verdadeira realidade das coisas que ali são vistas como sombras. Os prisioneiros diriam que a subida para o mundo exterior lhe prejudicara a vista e que, portanto, não valia a pena chegar até lá.”
(PLATÃO. A República)
O mito da caverna: Platão criou uma alegoria, conhecida como mito da caverna, que serve para explicar a evolução do processo de conhecimento.
Segundo ele, a maioria dos seres humanos se encontra como prisioneira de uma caverna, permanecendo de costas para a abertura luminosa e de frente para a parede escura do fundo. Devido a uma luz que entra na caverna, o prisioneiro contempla na parede do fundo as projeções dos seres que compõem a realidade. Acostumado a ver somente essas projeções, assume a ilusão do que vê, as sombras do real, como se fosse a verdadeira realidade.
Se escapasse da caverna e alcançasse o mundo luminoso da realidade, ficaria livre da ilusão. Mas, estando acostumado às sombras, às ilusões, teria de habituar os olhos à visão do real: primeiro olharia as estrelas da noite, depois as imagens das coisas refletidas nas águas tranqüilas, até que pudesse encarar diretamente o Sol e enxergar a fonte de toda a luminosidade.
(COTRIM, G. Fundamentos da filosofia, p.99)
2.O Banquete
Há na doutrina platônica sobre a alma, um outro elemento importante: Eros, o amor. Platão ensinava que Eros é uma força que instiga a alma para atingir o bem; ele não cessa de mover a alma enquanto essa não for satisfeita. O bem almejado é determinado pela parte da alma que prevalecer sobre as outras. Se fosse a sensual, por exemplo, a alam não buscaria um bem verdadeiro, pois procuraria a satisfação dos desejos que Platão julgava os mais baixos, como o apetite e a ganância. Segundo o filósofo, o melhor que a alma seja conduzida por sua parte racional e que utilize a energia inesgotável do amor para se dirigir ao bem verdadeiro – que compreende a justiça, a honra, a fidelidade; em suam as virtudes supremas.
Aristófanes: “Muito e muito tempo atrás, os seres humanos eram esféricos e tinham quatro de tudo que hoje têm apenas dois, e dois de tudo que agora têm somente um. Eram poderosos e bastantes ousados, e por isso Zeus dividiu todas as pessoas em duas, e desde então, elas têm procurado as suas outras metades. Isso é amor!”
Sócrates: “O amor é o desejo de beleza. Para amar verdadeiramente, devemos progredir do desejo por um corpo belo para o amor por belos pensamentos, leis, instituições, até que adquiramos uma visão mística do Bem, da Verdade, da Beleza!”
(PLATÃO. O Banquete)
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3. Político
“Será a violência justa, por ser rico o seu autor, e injusta, por ser ele pobre? Ou seria melhor dizer que o chefe pode ou não lançar mão da persuasão, se rico ou pobre, ater-se às leis escritas ou livrar-se delas, desde que governe utilmente? Não é nisso que reside a verdadeira fórmula de uma administração correta da cidade, segundo a qual o homem sábio e bom administrará os interesses de seu povo? Da mesma forma como o piloto, longe de escrever um código, mas tendo sempre sua atenção voltada para o bem do navio e seus marinheiros, estabelece a sua ciência como lei e salva tudo o que com ele navega, assim também, de igual modo, os chefes capazes de praticar esse método realizarão a constituição verdadeira, fazendo de sua arte uma força mais poderosa do que as leis. E não será verdade que os chefes sensatos podem fazer tudo, sem risco de erro, desde que observem esta única e grande regra: distribuir em todas as ocasiões, entre todos os cidadãos, uma justiça perfeita, penetrada de razão e ciência, conseguido não somente preservá-la, mas também, na medida do possível, torná-la melhor?”
“Será a violência justa, por ser rico o seu autor, e injusta, por ser ele pobre? Ou seria melhor dizer que o chefe pode ou não lançar mão da persuasão, se rico ou pobre, ater-se às leis escritas ou livrar-se delas, desde que governe utilmente? Não é nisso que reside a verdadeira fórmula de uma administração correta da cidade, segundo a qual o homem sábio e bom administrará os interesses de seu povo? Da mesma forma como o piloto, longe de escrever um código, mas tendo sempre sua atenção voltada para o bem do navio e seus marinheiros, estabelece a sua ciência como lei e salva tudo o que com ele navega, assim também, de igual modo, os chefes capazes de praticar esse método realizarão a constituição verdadeira, fazendo de sua arte uma força mais poderosa do que as leis. E não será verdade que os chefes sensatos podem fazer tudo, sem risco de erro, desde que observem esta única e grande regra: distribuir em todas as ocasiões, entre todos os cidadãos, uma justiça perfeita, penetrada de razão e ciência, conseguido não somente preservá-la, mas também, na medida do possível, torná-la melhor?”
(PLATÃO. Político)
Como se pode interpretar o sentido e a importância da doutrina da reminiscência?
ResponderExcluirOlá Anônimo,
Excluira teoria da reminiscência (capacidade de reter 'coisas' na memória)é anterior a Platão. Os filósofos pré-socráticas já a usavam para as suas exposições e convições sobre o binômio vida/morte. Vale lembrar que é uma concepção grega a vida em forma circular, isto é, sem um ponto final definitivo. A reminiscência, portanto, é importante porque é a partir de sua aceitação é que Platão justifica a teoria da alma que recorda.
Até mais.
Professor, como eu posso comparar a concepçao de realidade e de conhecimento na Linha dividida e na Caverna?
ResponderExcluirOlá Anônimo,
Excluirvocê poderia, por gentileza, rever a sua questão, porque não tenho condições de entendê-la na forma em que se apresenta, e, consequentemente, não poderei respondê-la.
Até mais
Ok! Vou reler o texto p me expressar melhor!
ResponderExcluirQUAL A DIFERENÇA ENTRE MITO E FILOSOFIA?
ResponderExcluirOlá,
Excluirde forma bem simples: enquanto que mito é um discurso acerca da realidade (que acontece!) e que racionalmente não damos conta de explicar com logicidade, a filosofia, por sua vez, é a tentativa de, diante dessa realidade, uma resposta racional para entender como ela se formou. Claro que uma resposta assim não aparece nos manuais, no entanto, a mim me parece um modo mais simples de perceber essa diferença.
Também poderíamos responder com a definição de cada um dos termos (aquelas definições que são facilmente encontradas nos bons dicionários): Mito, do gr. mythos, discurso alegórico que visa transmitir uma doutrina através de uma representação simbólica; filosofia, como atribuída por Pitágoras, amizade ao saber.
Até mais.
Voce pode me dar uma interpretaçao de 'O Mito da Linha Dividida' de Platao?
ResponderExcluirOlá,
Excluircuriosamente até então eu não havia passado por esse título e terei de procurar mais informações ele. E, para não lhe deixar esperndo, encontrei na rede uma divisão quanto à apreensão do conhecimento:
"Em a Linha Dividida, Platão denomina:
* a 'eikasia', a visão de imagem e sombras, reflexos que o homem comum tem do mundo natural. Podemos então compará-lo com as sombras que 'eles' viam refletidas na parede no Mito da Caverna.
* em 'pistis'(crença, convicção), consiste em um conhecimento bem elevado e elaborado sobre o mundo natural que incluía: botânica zoologia, e tem uma relação estável e permanente com o mundo material, no Mito da Caverna seria quando o prisioneiro passa a pensar e refletir mais profundamente sobre os acontecimentos que estavam ocorrendo.
* em 'dianoia', ou seja, o conhecimento da geometria. Platão dava grande valor à geometria como preparação para a filosofia, assim podemos comparar com o Mito da Caverna quando o prisioneiro passa a ver a verdadeira vida, a realidade e sai daquele mundo "imaginário" que ele acreditava ser real.
* em 'noesis' seria a realidade inteligível, o conhecimento das idéias através da dialética no qual atingimos os princípios mais elevados do ser, podemos assim mostrar como uma comparação como Platão nos diz sobre a liberdade dos prisioneiros e sua força de impulso para aqueles que querem crescer e saber mais".
Devo lembrar que essa explanção está disponível em "http://www.zemoleza.com.br/carreiras/humanas/administracao/trabalho/29057-comparacao-do-mito-da-caverna-com-o-da-linha-dividida.html. Acesado em 15 abr 2012.
Até mais.
Compare a consepção de realidade e conhecimento, na linha dividida platonica com a alegoria da caverna ??? alguem pode me responde pfv
ResponderExcluirAristóteles se baseia em fatos anteriores para avançar seu fundamento, apoia-se em sentidos e considera que o prazer que os sentidos nos proporcionam é a solução para o desenvolvimento do estudo. ‘’Para ele o único mundo é o sensível e que é também o inteligível. ’’Já Platão com sua análise em o mito da linha dividida e da Alegoria da Caverna se baseia pouco em sentidos e procura fazer com que o leitor interprete, com uma visão cuidadosa voltada para as sombras. O conhecimento sensível para Platão é como princípios numa pratica de vida, apenas uma realidade como se fosse à visão dos homens na caverna e o critério, raciocínio e indução são as ideias que atingi a origem das coisas. A tese formulada por Aristóteles permite essa diferença, pois as ideias não são assimiladas por todas as pessoas na mesma fonte, pois a fonte é a experiência e nem todos tem as mesmas experiências. Já a tese Platônica não permite a introdução de novas ideias no mundo inteligível, já através da observação, princípio Aristotélico, à introdução de novas ideias é perfeitamente possível. Com isso podemos concluir ser a teoria Aristotélica mais defensável.
ExcluirComo se pode interpretar o sentido e a importância da doutrina da reminiscência
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