quarta-feira, 19 de maio de 2010

EDUCACAO DO JOVEM ATENIENSE

O jovem ateniense, com cerca de seis ou sete anos de idade, abandona a companhia exclusiva das mulheres no gineceu (parte da casa que, na Grécia Antiga, era reservada às mulheres) e passa a ir à escola, acompanhado por um escravo a que se chama pedagogo. [...] Os professores trabalham por conta própria e recebem dos pais da criança o pagamento pelos seus serviços. O gramatista ensina a ler, a escrever e a contar, e depois faz os alunos aprenderem de cor os poemas de Homero, de Hesíodo, de Sólon ou de Simônides. Os diálogos de Platão mostram a grande importância que se atribuía ao conhecimento dos poetas para a formação intelectual e moral. O professor de música ensinava a tocar lira (instrumento de cordas dedilháveis ou tocadas com palheta, de larga difusão na Antiguidade) e cítara (instrumento de cordas dedilhadas ou tocadas com palheta, derivado da lira, que atravessou os séculos com muitas variantes, mantendo, no entanto, a característica de que as cordas atravessam toa a caixa de ressonância); esta última era um instrumento mais complexo, que exigia uma competência técnica pouco compatível com as tradições de uma educação liberal. [...] Em todo caso, a música desempenha papel fundamental na educação do jovem grego. Por fim, o professor de ginástica, ou pedótriva, ensinava à criança os principais exercícios atléticos em edifícios essencialmente construídos para este efeito, chamados palestras (a palestra em uma dependência do ginásio. Uma palestra em formada pro um pátio rodeado por construções que serviam de vestiário, salas de ginástica, espaço para descanso e, às vezes, salas para banhos). A partir dos quinze anos, o jovem freqüentava ginásios públicos (situados fora da cidade, em jardins cheios de árvores, refrescados por águas correntes, em cujas imediações havia monumentos religiosos – altares, estátuas, recinto sagrados – e instalações desportivas: pistas cobertas, fontes em que os atletas se lavavam, pequenas construções onde repousavam e deixavam as suas roupas ou acessórios), na Academia, no Liceu ou no Cinosarges, onde encontrava à sua disposição instalações análogas às de palestras privadas, tendo além disso uma pista de corrida, jardins e salas de reunião em que os filósofos e os sofistas gostavam de se encontrar com os seus discípulos após os exercícios físicos”.
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FONTE: (CHAMOUX, F. A civilização grega. Lisboa: Edições 70, 2003, p.219)

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