quinta-feira, 20 de maio de 2010

SER DE NATURA X SER DE CULTURA

Para falar de cultura, será necessária uma volta ao conceito de Natureza. Por natureza se entende o conjunto de seres sensíveis existente em nossa volta. Todos “as coisas”, das quais podemos tatear, cheirar, ver, ouvir ou degustar, fazem parte da natureza, ou seja, são seres naturais.

SER DE NATURA: Utilizando de uma definição de Aristóteles, a divisão dos seres na Natureza se faz de acordo com as almas existentes nos seres. Desse modo, pôde-se fazer a divisão da Natureza em três grandes reinos: Reino Mineral, Reino Vegetal e Reino Animal.
- Reino Mineral: o que detém a alma da satisfação. Segundo Aristóteles, os seres pertencentes a esse reino se satisfazem a si em si mesmo. Somente existe um mineral se esse se satisfaz a si mesmo e em si mesmo se completa. De outro modo, a pedra se contenta em ser pedra e se satisfaz com isso;
- Reino Vegetal: o que detém, além da alma da satisfação, a alma da sensibilidade. Aos vegetais lhes cabem o sentimento e a necessidade de se sentir bem. Uma planta necessita que algo, que lhe é externo, pelo menos não a maltrate. Em outras palavras, a alma sensível necessita de incentivo;
- Reino Animal: o que possui a alma da locomoção. Além de pressupor a existências das duas anteriores, a alma de locomoção requer a expressão da liberdade, de ir e vir e de ficar, simplesmente por quer ficar. Assim é que todo animal tem necessidade de satisfazer a si próprio, de não ser maltratado e, sobretudo, sentir-se livre para as mudanças.
Diante do exposto, cumpre localizar o ser humano no último reino: o Reino Animal. O homem é um ser de natura pertencente ao Reino Animal. O diferencial é que, além da locomoção, o homem faz uso da razão e isso o afasta do demais animais, que são chamados de irracionais.

SER DE CULTURA: Ao fazer uso da racionalidade, o homem passa por um processo de hominização (o tornar-se homem). Ao adicionar regras e poder burlar essas mesmas regras, o homem percebe que pode influenciar e modificar a sua natureza. Assim, a todas investida que o homem faz em sua natureza, a Sociologia classifica como cultura.
Enquanto ser de natura, o homem sofre com as barreiras que a natureza lhe impõe. Ao perceber que poder ultrapassar essas barreiras e imperfeições, o homem agrega a si valores culturais e transforma e melhora a sua condição natural.
É através da cultura que o homem estabelece as suas relações interpessoais para que possa conviver melhor com os seus convivas. Nada há no homem que não tem, ao mínimo, uma pitada de cultura e, por isso, mesmo, e sem exageros, dizemos que o homem é um animal naturalmente cultural, e somente o homem é capaz de produzir cultura.
E um dos instrumentos de disseminação cultural por excelência é a linguagem.

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