O homem é ser para a morte. Esse é o destino
que o acompanha, e sobre ele deverá sempre refletir para viver autenticamente. "Ninguém pode assumir o
morrer de outro". É sempre a minha morte. Ela é a
possibilidade mais própria,
inexorável. Dessa forma, o viver para a morte constitui o autêntico
sentido da existência. Essa experiência de assumir a morte,
contudo, não é obra de uma atividade intelectual e, sim, de um sentimento muito específico, que é a angústia.
Diante do nada, da
possível impossibilidade dos próprios projetos, o sentimento da angústia é a experiência mais autêntica. A existência autêntica implica a coragem de olhar de
frente a própria possibilidade de não ser. Não se trata do sentimento do medo, mas da angústia. Temos medo de alguma coisa.
Ora, a morte não representa alguma coisa, mas o nada. E, diante do nada, temos a angústia, angústia pelo poder de aniquilamento do nada. Contrariamente, a existência
inautêntica, que vive só de momentos e superficialidade, transforma a angústia em medo, uma
vez que a morte é só mais um
evento que virá. O medo, assim, é a morte da angústia.
Ao ser banalizada em medo, de forma equivocada, a angústia vem apresentada como fraqueza que um homem seguro de si não deve conhecer. Dessa
forma, na
vida inautêntica, a existência traz a marca da indiferença e da tranquilidade, vida não problematizada.
BIBLIOGRAFIA
(MEIER, C. Filosofia: por uma inteligência da complexidade. Belo
Horizonte: Pax, 2010)
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