domingo, 21 de fevereiro de 2010

PLATAO e ARISTOTELES, sobre a alma

Platão e Aristóteles

Texto 1: "Por toda parte eu vou persuadindo a todos, jovens e velhos, a não se preocuparem exclusivamente, e nem tão ardentemente, com o corpo e com as riquezas, como devem preocupar-se com a alma, para que ela seja quanta possível melhor, e vou dizendo que a virtude não nasce da riqueza, mas da virtude vem, aos homens, as riquezas e todos os outros bens, tanto públicos como privados”. PLATÃO.. Apologia de Sócrates.

Texto 2: "Ao considerar o conhecimento como se encontrando entre as coisas mais belas e dignas do maior valor, sendo umas mais penosas do que outras, quer em virtude do seu rigor, quer em virtude de dizer respeito a coisas mais bel as e elevadas, decidimos, devido a essas duas mesmas causas, considerar toda a investigação respeitante a alma como sendo de importância fundamental. Alem disso, parece esta investigação também constituir uma contribuição especial para todo o conhecimento da verdade, particularmente para 0 estudo da natureza - a alma e, com efeito, o principio de todos os seres vivos. Por isso procuramos, ao investigar, examinar a natureza e a essência da alma em primeiro lugar e, depois, os seus atributos fundamentais”. ARISTOTELES. Da alma.

______________
Fontes: (SÃO PAULO-SEE, Caderno do professor: filosofia, EM, 1ª S., V.1, p.26)

2 comentários:

  1. Professor, boa noite!
    Estamos em dúvida numa questao de prova. Gostaria q ajudasse a esclarecer, se possivel!

    A questao é:
    "Assinale a alternativa CORRETA. Aristóteles sustentava que a episteme, ciência ou conhecimento científico, é a última etapa e a mais elevada. Partindo desse princípio, é CORRETO afirmar que:

    a) Episteme exige uma adaptação da visão do filósofo

    b) Episteme é o conhecimento verdadeiro, que é puramente intelectual

    c) Episteme é o que o intelecto recebe da experiência sensível, formando as idéias simples

    d) Episteme é uma finalidade em si mesmo que satisfaz uma curiosidade natural do homem: o dsejo de conhecer

    e) Episteme é sinônimo de relativismo cognitivo, com sua máxima expressa na frase: "o homem é a medida de todas as coisas"


    Ficaremos muito gratos pela ajuda!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, meus caros,
      Vamos partir do princípio no qual Aristóteles valoriza os sentidos: deles nascem as sensações e elas é que são condutoras dos conhecimento, e nunca o contrário. Conhecimento, portanto, é o que está além da mera opinião. Dito isso, vamos analisar as alternativas:
      a) Episteme exige uma adaptação da visão do filósofo. A única coisa que melhora com a adaptação da visão é a qualidade do ver, do exenrgar. Com uma boa visão, pode-se captar melhor o mundo, porém, não é a captação do mundo que se transforma em conhecimento. Logo, não poderia ser essa a alternativa que responde à questão.
      b) Episteme é o conhecimento verdadeiro, que é puramente intelectual. Puramente intelectual faz lembrar o mestre Platão, cujo pensamento Aristóteles teceu críticas. Logo, também não poderia ser essa a resposta.
      c) Episteme é o que o intelecto recebe da experiência sensível, formando as ideias simples. Ao que nos parece, ainda que de forma inversa na escrita. Essa é a resposta para a sua questão. As ideias são, para Aristóteles, formadas pela experiência sensível.
      d) Episteme é uma finalidade em si mesmo que satisfaz uma curiosidade natural do homem: o desejo de conhecer. Essa é uma citação (de livre escrita) da introdução do livro Metafísica de Aristóteles que diz sobre o conhecer e não sobre o verdadeiro conhecer. Assim, também não poderia ser essa.
      e) Episteme é sinônimo de relativismo cognitivo, com sua máxima expressa na frase: "o homem é a medida de todas as coisas". Essa última frase, de Protágoras, não condiz muito com Aristóteles, porque se há um conhecimento, ele não pode ser um para mim e outro para você. Relativismo, enquanto tal, não se fixa em Aristóteles.
      Assim, meus caros, a resposta está para a alternativa “C”. Vou colar uma citação que justifica essa nossa posição.
      “Os eide platônicos transcendentes são substituídos pela variedade (ver eidos) imanente de Aristóteles, e a mudança é acompanhada por uma substituição no objeto da episteme. Para Aristóteles o verdadeiro conhecimento científico é um conhecimento de causas (aitia), que são necessariamente verdadeiras (Anal. post. i, 76b), enquanto a opinião (doxa) é acerca do contingente (symbebekos, ibid. i, 88b). A episteme é conhecimento demonstrativo (ver apodeixis, ibid. i, 71b), silogístico, e o conhecimento dos sentidos é uma condição necessária para ela (ibid. i, 81a-b; ver epagogé). Isto está tudo num contexto lógico; as causas supramencionadas são as premissas de um silogismo e as causas da conclusão. Aristóteles toma a episteme de um ponto de vista ontológico no início da Metafísica; também aqui a episteme é um conhecimento de causas, mas estas aitia são causas do ser, e o conhecimento das causas supremas é o tipo mais alto de episteme, a sabedoria (sophia); para episteme como atividade mental, ver noesis.
      4. Na Meta. 1025b-1026a Aristóteles dá a sua decomposição de episteme no sentido de um corpo organizado de conhecimento racional com o seu próprio objeto” (fonte consultada: http://www.sophia.bem-vindo.net/tiki-index.php?page=episteme. Acessado em 08 jun 2012).
      Até mais.

      Excluir