Sakamoto, L. Trabalho Escravo no
Brasil no século XXI, Brasil, OIT. Disponível em: www.oitbrasil.org.br/sakamoto
O texto aborda um tema que
deveria ter sido extinto desde 1888, quando foi assinada a Lei Áurea, a favor
da abolição da escravatura, mas que continua presente em nosso cotidiano. De
narrativa simples e concisa, linguagem fácil, o texto tem aproximadamente 26
páginas, mas, para uso nessa atividade, evidenciamos apenas um pequeno trecho.
Apresentado em 3ª pessoa, o que não torna o leitor mais alheio ao que acontece,
muito pelo contrário - o torna mais próximo da angustiante rotina do garoto.
Pedro, 13 anos, vive na rua, e trabalha na floresta amazônica, derrubando árvores para o patrão. Perdeu a conta de quanta dificuldade o assombra, desde o café-da-manhã insosso até a ferramenta de trabalho de 14 quilos (lembre-se: o menino tem apenas 13 anos...). Medo, insegurança e tantos outros fatores tornam o trabalho muito mais difícil. Mas o menino tem esperança de dias melhores, e talvez pense sobre isso, enquanto descansa, exausto, embaixo da tenda amarela que lhe serve de ''casa'' nos dias de semana. Foi ''libertado'' em 2003, em uma fazenda a oeste de Marabá, Sudesde do Pará.
O texto apresenta claramente, um processo de coisificação, desumanização do homem, do menino em questão.
O trabalhador é submetido a trabalho forçado e degradante, por falta de oportunidades melhores. Não é de princípios cidadãos as condições de trabalho e vida que é obrigado a aceitar.
O texto de Sakamoto data de 2007
- ou seja, 119 anos após o fim da escravidão. A exploração sexual, o tráfico de
pessoas, exemplifica também esse processo de 'coisificação', em que o outro não
é mais o outro, e sim um simples objeto.
Esse processo pode consistir em escravidão voluntária (por medo, prazer, desejo), por dívidas ou por lei. A obra de Sakamoto pode ser realmente útil para o entendimento desse processo, sendo, então, do interesse de alunos do Ensino Médio e também do Fundamental, afinal, na escola nos é ensinado que a escravidão não existe a mais de 100 anos, o que, infelizmente, não é verdade - como constatamos.
Sou Juliana Silva de Almeida, aluna do 3ª ano do Ensino Médio da Escola Estadual Dr Jorge Coury - Piracicaba SP
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Cedida gentilmente pela autora.
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