quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

NOVAS FRONTEIRAS DO PENSAR



A filosofia é exercício de virtude, mas por meio da própria virtude, já que não pode haver virtude sem exercício, nem exercício de virtude sem virtude.

Sêneca





AS NOVAS FRONTEIRAS DO PENSAR

Depois dos pré-socráticos e seus estudos sobre a natureza, e os pensamentos de Sócrates, Platão e Aristóteles, que esco­lheram o homem e a vida em sociedade como o foco de suas investigações, chega-se a um outro tempo para a Filosofia.

Em meados do século IV a.C., Alexandre Magno (356-323 a.C.) assumiu o trono da Macedônia e iniciou uma série de conquistas que vieram a constituir um vasto império, que incluía a Índia, o Egito, a Pérsia e, inclusive, a Grécia. Essa dominação se manteve por muito tempo depois da morte de Alexandre, só encontrando seu fim com o desenvolvimento do poderio de Roma, que conquistou a Grécia no séc. I a.C. Esse período ficou conhecido como período helenístico e representou uma transformação radical na cultura grega.

As póleis haviam perdido muito de sua autonomia; antes, as cidades eram praticamente autônomas, e naquele período tiveram de se subordinar à dominação macedônica, que compreendia um imenso e poderoso império. Assim, o espaço público, que no passado era tão valorizado, per­deu muito de sua importância. Ao mesmo tempo, as conquistas de Alexandre Magno colocaram os gregos em con­tato com elementos culturais de diversos povos, introduzindo na Grécia novos conceitos sobre o mundo e o modo e o modo de agir em sociedade.

As correntes filosóficas que floresceram no período tinham como principal preocupação a vida do homem e seu convívio social. Os três grandes filósofos anteriores também tinham se concentrado nessa questão, chegando mesmo a delinear projetos completos de organização social, como no caso de Platão e Aristóteles; essas doutrinas tinham um aspecto em comum: a pólis era o seu alvo, isto é, através de seu correto planejamento a felicidade individual seria atingida. Diante do novo contexto, em que a cidade não era mais uma instituição tão sólida como no passado, as novas corren­tes de pensamento colocaram a vida do indivíduo no centro de suas reflexões.

Diante de tantas doutrinas religiosas e de pensamento, como encontrar a felicidade? Como o indivíduo, que não podia mais se orientar somente pela sociedade, agora tão múltipla, deveria se comportar? São perguntas que os filóso­fos do período helenístico procuraram responder.


FONTE: (CHALITA, Vivendo a filosofia, 2004, pp.72-73.)



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