A 26 de setembro de 1.182, nascia em Assis o “pequeno-grande” Giovanni, filho de Pedro Bernardone, futuramente chamado Francisco de Assis.
Em 1.982 quando foram comemorados 800 anos de seu nascimento, compôs-se um cântico que na sua primeira estrofe dizia: “Houve um homem chamado Francisco, que na terra o Evangelho encarnou; é presença na história de hoje, nem o tempo seu nome apagou”.
Quem seria este Francisco? Um “italianinho rico” a mais nascido na pobre Assis? Claro está que em rápidas palavras não seria possível descrever alguém que um dia seria chamado de “O Cristo do Século XIII”. Mas tentemos, mesmo com a frieza de palavras de súditos que somos deste grande santo, narrar alguns dos fatos marcantes de sua vida, vida que atento às palavras do Divino Mestre Jesus, ele a teve “em abundância”:
1 – Rei da Juventude de Assis; boa educação, abastado.
2 – Sempre vestido à moda dos Trovadores, esbanjando dinheiro do pai; liberal e alegre; futuramente choraria por ter perdido parte de sua juventude com futilidades e prazeres; aspiração do jovem: ser cavaleiro e participar das contendas tão comuns entre as comunas da época e sair-se vitorioso. Derrotas o abalam; uma profunda tristeza e um vazio enorme invadem seu ser. Pra ele, tudo estava mudado.
3 – Início da conversão: Continuou a ser o “rei das festas” mas o vazio invadia seu ser. Alguma coisa lhe faltava. O Senhor o visita, e ele se enche de algo inefável, bom, maravilhoso, que nem mesmo ele sabia explicar.
4 - Encontro com o leproso. Verdadeiro marco de sua conversão. Passeando a cavalo, se encontra com um leproso, pelo qual sentia nojo e repugnância. Jogar uma moeda àquele farrapo humano e sair a galope, foi a tentação. Mas não, algo muito mais poderoso e elevado o faz descer do cavalo e pegar nas mãos ensangüentadas desta criatura e dá-lhe um beijo. Não é a mão de um leproso, mas a mão de Deus que ele beija. “ Aquilo que me parecia amargo como fel, se transformou em doce como mel “. Passa a ser grande amigo dos leprosos. Em seguida, o Cristo de São Damião. O Crucifixo lhe diz: “ Francisco, não vê que minha Igreja está em ruínas ? Conserte-a para mim” Francisco, humano que era, não consegue assimilar as palavras do Cristo, e sai querendo restaurar as capelas que estavam em ruínas. Mais tarde, vai perceber que não eram os tijolos que estavam em ruínas, mas realmente a Igreja de Cristo.
5 – Não queria mais luxo, nem riqueza material. A vaidade e o luxo não preenchiam mais seu coração. Isto causou revolta no pai. Diante de Pedro Bernardone se despe e diz: “ até hoje o chamei de pai, mas a partir de agora posso dizer “ Pai Nosso que estais no Céu , pois é a Ele que confiei meu tesouro e que dei minha fé “. E diz ainda ao pai: devolvo-lhe a roupa que me deu, e até o nome que foi dado estou devolvendo nesta momento”. A partir daí foi viver como um miserável, com um saco de estopa, amarrado pela cintura. Pelas leis da época, o pai tinha direito em prender o filho em cárcere privado, desde que provado que o mesmo havia malbaratado seus bens. Após ter passado alguns dias a pão e água, sua mãe Pica, movida de compaixão o soltou. Isto faz com que Pedro procure “ seus direitos”, procurando inclusive pelo bispo de Assis.
6 – Sonho do Papa Inocêncio III: via um homem, o mesmo que com ele viera falar, segurando as paredes de uma igreja que ruía. Estava ali o sustentáculo da Igreja de Cristo. Aparece então neste meio tempo, Clara Favarone que seria a partir daí grande companheira de Francisco. Moça de família rica e fina. Segue a Francisco. Embora não fosse o plano de Francisco fundar qualquer tipo de Ordem, seriam fundadas três: a Primeira, para os Frades, a Segunda das Clarissas e a Terceira, hoje denominada Ordem Franciscana Secular para os leigos.
7 – O lobo de Gúbio: conta-se que havia um lobo que devorava as criações dos criadores de Assis. Iriam formar uma equipe para matar o lobo. Francisco pede que o deixe se encontrar com o animal. E assim o faz. Francisco conversa com o lobo e pede para que o mesmo deixe de matar os animais dos fazendeiros. O lobo “ aceita “ o convite. Era comum vê-lo depois andando pela cidade.
8 – Perto estava o fim dos passos terrenos de Francisco: Frei Masseu um dia pergunta a Francisco: “Por que todo mundo corre a ti, se não és homem belo, nem sábio e nem nobre“.
“Frei Masseu, responde prontamente Francisco, é porque Deus não encontrou entre os pecadores nenhum mais vil que eu para confundir a grandeza, a força e a beleza do mundo “.
Vai ao Monte Alverne receber os estigmas, as 5 chagas que Cristo tinha nas mãos, pés e lado. Chagas que lhe doíam muito, mesmo porque havia cravos de carne debaixo dos pés, que lhe dificultavam muito a caminhada.
Após grande sofrimento, chega o momento de se encontrar com o Pai Celeste. Deita-se em uma esteirinha, abençoa os irmãos e diz algo impressionante, que fica para cada um de nós que peregrinamos neste mundo: “ Irmãos, até agora nada fizemos. Vamos começar tudo de novo “.
Fecha os olhos e entrega, aos 44 anos de idade, sua Alma ao Criador, a quem tanto amou, venerou e exaltou em sua vida terrena.
Sérgio De Favari, 66 a., é Franciscano Secular, Piracicaba - SP
Inicio parabenizando o amigo Sergio por tão bela descrição.
ResponderExcluirSempre gostei de São Francisco De Assis,de suas orações enfim tudo que era relacionado com ele sempre me comovo para não dizer grata por tudo que nos ensinou. Sua oração um dos mais belos e comoventes textos ao qual volto sempre, pois é muito difícil vivenciá-lo nestes dias tão exigentes de muitas coisas que valem tão pouco, mas que nos envolvem feito fumaça deixando odores nas roupas, nos cabelos, na pele... na alma. Somente a Oração de São Francisco me recoloca.
“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.”
São Francisco de Assis
Meu carinho
Silvana Marmo