O homem faz-se; não está realizado logo de inicio, faz-se escolhendo sua moral, e a pressão das circunstâncias é tal que ele não pode deixar de escolher uma. Não definimos o homem senão em relação a um compromisso. ( ... ) sempre que o homem escolhe seu compromisso e seu projeto com toda a sinceridade e lucidez ...
Quando declaro que a liberdade, por meio de cada circunstância concreta, não pode ter outro fim senão querer-se a si própria, se alguma vez o homem reconheceu que estabelece valores no seu abandono ele já não pode querer senão uma coisa - a liberdade como fundamento de todos os valores.
Não significa que ele a queira em abstrato. Quer dizer simplesmente que os atos dos homens de boa-fé têm como último significado a procura da liberdade enquanto tal. Um homem que adere a tal sindicato comunista ou revolucionário quer fins concretos; estes fins implicam uma vontade abstrata da liberdade; mas esta liberdade quer-se em concreto.
Queremos a liberdade pela liberdade e por meio de cada circunstância particular. E, ao querermos a liberdade, descobrimos que ela depende inteiramente da liberdade dos outros, e que a liberdade dos outros depende da nossa.
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fonte:
Jean Paul SARTRE. O existencialismo e um humanismo, p 18-19.
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