O objetivo é conscientizar para a complexidade da construção da cidadania na sociedade contemporânea. Por isso, duas questões serão muito importantes: a diferença e a igualdade. Uma vez que a ideia de cidadania moderna supõe a igualdade de todos, a diferença acaba aparecendo como um problema toda vez que ela é usada para hierarquizar um determinado grupo como inferior, isto é, a diferença é que está no centro do preconceito de raça, de credo, ou de orientação sexual. De outro lado, a igualdade que supõe de um lado a igualdade de direitos e deveres, às vezes, pode significar, para um determinado grupo, uma forma de descaracterização étnica, política e/ou social. Assim, uma das questões mais polêmicas das sociedades contemporâneas preocupadas com a construção e a evolução da cidadania e dos direitos é como resolver essa difícil equação entre igualdade e diferença.
O desenvolvimento industrial, técnico e científico conseguiu nas nações mais desenvolvidas um grau de produção de riqueza muito eficiente que mudou o modo de vida cotidiano das pessoas, gerando maior conforto e mais acesso ao consumo. Contudo, o avanço das novas tecnologias de produção aplicado à indústria e à agricultura gera problemas sérios na relação do homem com a natureza e com o meio ambiente. Os efeitos da atividade humana na natureza são muitas vezes imprevisíveis e podem trazer sérias consequências para a vida no planeta tal qual a conhecemos. Por isso, podemos dizer que a atividade humana que possibilita o bem-estar também cria o risco.
Os movimentos ambientalistas surgem justamente nesse momento em que o risco se torna um problema de gerenciamento econômico e político. Isto é, trata-se de lidar política e economicamente com os custos do risco, o que sempre trará problemas com relação às medidas a ser adotadas para reduzir o nível de agressão à natureza.
Texto elaborado especialmente para este Caderno.
Quando os Estados Unidos se recusaram a assinar o Protocolo de Kyoto para a redução da emissão de gás carbônico, o governo do George W Bush argumentou que tais medidas trariam altos custos econômicos a economia norte-americana, a que mais emite gás carbônico em todo o mundo. Por isso, a atuação - movimentos ambientalistas tem sido a de pressionar os governos e as autoridades na adoção de medidas e contenção de poluição e de políticas ambientais de preservação. Os protestos ambientalistas muitas vezes tomam feições apaixonadas, como nas ações ousadas do movimento Greenpeace, mas, além dessa feição aventureira, o movimento ambientalista já constituiu uma tradição política. Os partidos verdes vêm atuando, muito tempo, em várias frentes de luta e possuem importante representação parlamentar nos países em que atuam.
O Protocolo de Kyoto é o resultado de uma série de eventos internacionais realizados desde a Conferência sobre Mudanças Atmosféricas, ocorrida em 1988 no Canadá, passando pela Eco-92, realizada no Brasil. Ele se constitui em um tratado internacional regido por rigorosos compromissos para a redução dos gases causadores do efeito estufa. Foi discutido e negociado em Kyoto, no Japão, em 1997, e em dezembro daquele ano foi aberto para receber assinaturas. Esse tratado, contudo, só entraria em vigor quando 55% das nações que, juntas, fossem responsáveis por 55% das emissões de gases causadores do aquecimento global, o ratificassem. A recusa do governo norte-americano em ratificar o Protocolo de Kyoto atrasou muito a sua entrada em vigência, que só começou no ano de 2005, quando a Rússia o assinou.
Este texto me lembro de um vídeo que acredito ilustra este texto.
ResponderExcluirhttp://video.google.com/videoplay?docid=-7568664880564855303&hl=en
Silvana Marmo
Este vídeo fala da história das coisas. O legal é que ele está em português.
ResponderExcluirMuito obrigado pela dica.
Abraços