O objetivo é conscientizar para a complexidade da construção da cidadania na sociedade contemporânea. Por isso, duas questões serão muito importantes: a diferença e a igualdade. Uma vez que a ideia de cidadania moderna supõe a igualdade de todos, a diferença acaba aparecendo como um problema toda vez que ela é usada para hierarquizar um determinado grupo como inferior, isto é, a diferença é que está no centro do preconceito de raça, de credo, ou de orientação sexual. De outro lado, a igualdade que supõe de um lado a igualdade de direitos e deveres, às vezes, pode significar, para um determinado grupo, uma forma de descaracterização étnica, política e/ou social. Assim, uma das questões mais polêmicas das sociedades contemporâneas preocupadas com a construção e a evolução da cidadania e dos direitos é como resolver essa difícil equação entre igualdade e diferença.
Desde movimentos populares do século XIX, passando pelos movimentos operário, sindical, de trabalhadores rurais, feminista e negro. Em todos, podemos verificar que a participação política teve um papel muito importante na luta pela igualdade. O mesmo aconteceu com o movimento gay. Ao longo do tempo, esse movimento assumiu formas cada vez mais complexas e abarcou pessoas que vivem sua sexualidade de forma diferenciada e se uniram em uma mesma luta: a do direito de viver sua sexualidade.
Infelizmente não são poucos os jovens que possuem preconceito com relação a essa temática e assim você precisará ter muito cuidado e sensibilidade para abordar tema tão delicado. Durante muito tempo a sexualidade, na nossa cultura ocidental cristã, só era admitida na sua forma heterossexual mediante o casamento. Para algumas doutrinas, o sexo só se justificava para fins de reprodução biológica. Muitas pessoas frequentemente transgrediam essas normas de comportamento e por isso foram discriminadas, pois tais transgressões eram consideradas sintomas de doenças e anormalidades. Essa situação começou a ser questionada no final do século XIX.
As vanguardas artísticas desse período tiveram um papel muito forte nesse questionamento, pois seu estilo de vida, que se opunha ao modo conservador, clamava e praticava a liberdade de todas as formas, e principalmente a sexual. É desse meio que surgem grandes escritores e artistas que se assumiram homossexuais. O caso mais famoso é o do escritor Oscar Wilde.
Duas reivindicações importantes do movimento GLBT.
A primeira é a união civil entre pessoas do mesmo sexo e a segunda é a da criminalização da homofobia.
Quanto à primeira é preciso dizer que, na prática, já existem vários casais homossexuais que vivem juntos, porém essas uniões não desfrutam de uma série de direitos e garantias que as uniões heterossexuais possuem. Entre tais direitos e garantias, temos a comunhão parcial de bens, possuir conta corrente conjunta, ter o parceiro como dependente no plano de saúde, direito de herança, entre tantos outros tão comuns entre os casais heterossexuais. Os homossexuais estão em desigualdade jurídica diante dos heterossexuais e lutam por meio da participação política por direitos iguais. Essa participação se faz na forma de grupos e movimentos organizados, na eleição de deputados e vereadores que lutem por suas reivindicações. Assim, a união civil entre pessoas do mesmo sexo seria a criação de um direito novo, cuja finalidade é atingir a igualdade de direitos entre homo e heterossexuais.
A outra discussão refere-se à luta pela criminalização da homofobia (rejeição ou aversão a homossexuais) não apenas desperta o preconceito no local de trabalho ou em outros locais públicos, mas também vários episódios de violência em que os homossexuais são vítimas de espancamento.
A ideia da criminalização da homofobia também estaria ligada ao mesmo princípio jurídico que criminaliza o racismo no inciso IV do artigo 3º, como também no inciso XLII do artigo 5º da Constituição do Brasil.
O artigo 3º da Constituição diz respeito aos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil; no seu inciso IV diz: "promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação",
O artigo 5º diz respeito aos direitos e deveres individuais e coletivos e afirma, no seu inciso XLII: "a prática de racismo é crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão nos termos da lei".
os gays são meus amigos sim1
ResponderExcluirI dai?
Liliane, muito obrigado pela participação.
ResponderExcluirA sociedade, ainda que caminha a largos passos para a tecnologia, a globalização e à liberdade de expressão, curiosamente tem tratado de forma diferente os homens e mulheres que fazem parte da sociedade.
Fala-se de respeito à natureza, ao espaço e esquece-se de que a natureza, o espaço e outros tantos mais somente serão preservados se se preservar primeiro a dignidade humanana. Ora, é o homem e a mulher que devem ser os primeiros nesta hierarquia de respeito e valorização.
Ser gay ou não ser gay não implica de forma alguma merecer desrespeito ou indiferença por aqueles que NÃO QUEREM entender que, antes de qualquer rótulo, slogam ou estigma, está ali, presente, de corpo, de alma, e de desejos, um ser humano capaz, dotado de sensibilidade, de sentimentos e desejos iguais àqueles que os maltratam em nome de uma pseudo racionalidade.
Vale a sua manifestação!
Até breve.
Prof.Fred Bandeira.
Gostei muito do texto,devemos valorizar toda liberdade de expressão,seja ela qual for.Chega de hipocrisia,se eu sou gay e discriminado porque meu dinheiro não é?Se fossem preconceituosos com meu dinheiro eu enriqueceria da noite pro dia.
ResponderExcluirMeu caro,
ResponderExcluirum dos princípios socráticos é que todos nós fazemos escolhas visando o bem, o nosso bem e o bem do momento. Sem fazer julgamento de valor, ser gay ou não ser gay não é algo que dependa muito do outro ou da sociedade, depende exclusivamente de você. Lebrando a Sócrates, cada escolha visa ao bem. E, ao que parece, você já escolheu um bem.
Até mais.
Prof.Fred
Olá Fred, li o seu texto, estou em busca de um histórico LGBT masis completo, se tiver por aí, mande para mim, tenho que fundamentar um artigo que estou escrevendo. O seu texto tem uma boa refleão sobre o SER HOMO, no momento e nas lutas. Está é uma luta de todos os ativistas. Sou de Rondônia e milito em favor de dias melhores para Gays, Lés, Bi e Trans. Essa é parte de minha vida. Quando puder, passe lá meu meu blog: www.thonnyhawany.blogspot.com
ResponderExcluirCaro Thonny,
ResponderExcluiro texto acima faz parte das discussões de sala de aula: ao alunado é exposto todo o drama enfrentado por aqueles e aquelas que são considerados "estranhos" ao meio. Fica um certo quê entre o aceitável/normal e o abominável/anormal sem mesmo se dar conta de que tanto um como outro não passam de convenções e é aí que entra a contribuição, neste caso específico, da sociologia. Até mais.
Prof.Fred Bandeira
Olá Fred tenho visto nesses ultimos meses um embate fervoroso entre RELIGIOSOS X GAYS , devido a PLC122/2006 , ai tive a curiosodade de ler esse projeto e tambem assistir a alguns debates na televisão e na net.É mais que sabido que os GAYS são descriminados , porem esse projeto tem alguns artigos que fere frontalmente a constituição do nosso país , creio que ouve um exagero , por isso me coloco contra a esse projeto porque ele mesmo é descriminatório pois ele quer calar os contrários a pratica homossexual. Lembre-se somos livres para criticar qualquer pessoa, seja ela de qualquer seguimento ou grupo.
ResponderExcluirCaro Roberto,
ResponderExcluiresse tema vira uma questão (porque é passível de discussão) envolta a muitos distúrbios, tanto no campo da reflexão, quanto no espiritual. Penso que na reflexão, carece pontuar o que é a união estável e legalizada de pessoas de mesmo sexo, e fugir da ideia de um "casamento", à moda heterossexual. Ora, se já está sendo proposto algo diferente, esse diferente deveria ser pensado em outros moldes e não nos mesmos daquele a que se escapar. Quanto à espiritualidade, a união estável entre duas pessoas não se propõe como afronta à espiritualidade, mesmo porque quando duas pessoas se decidem em compartilhar vida e a somar experiências, em se doar, a propensão é que isso seja causa de um bem. Conscientemente, o ser humano é um ser para o bem, ao menos, em primeira instância. Independente dessa ou daquela orientação sexual, sou crente de que tendemos ao Bem, e o bem, conforme a posição filosófica clássica, se confunde ao bom, ao belo e ao buscado. Até mais.
Prof.FredBandeira
Quero parabenizá-lo pelos humanísticos princcípios (socráticos e pessoais) que possui seus escritos em favor da liberdade juridícia e social aos homossexuais. É uma lástima a dificuldade social de não encarar o homossexualismo apenas como mais um das diferêncas que nos fazem ser iguais. Saudações feministas.
ResponderExcluirOlá, sou eu quem devo agradecer pelas contribuições e "puxadas de orelha" no tocante a realidades tão prementes, e que, por motivos alheios ao nosso entendimento, não nos damos conta. Muito obrigado. Até mais.
ResponderExcluirProf.FredBandeira
ola Fred li seu texto e achei muito interessante, estou a procura do que seja o movimento em detalhes o que significa cada de deles para o termico de um trabalho sobre o movimento se você tiver algu mais concreto por favor envie a mim.
ResponderExcluirobrigada...
Cara Eliana,
ResponderExcluirhá aqui em Piracicaba uma ong que atua diretamente sobre essas ações e movimentações e que me parece (até onde conheço) bastante acessível a essas discussões. Você poderia, se for o caso, entrar em contato (http://www.casvi.com.br/). Sucesso em sua busca. Até mais.
Parabéns pelo texto, é de grande utilidade.
ResponderExcluirCaro Hudson,
ResponderExcluirsinta-se à vontade para seus comentários e suas buscas. Até mais.
muito obrigada pela site é muito bom.
ResponderExcluirPessoal vejam nesse site: http://www.miseria.com.br/?page=noticia&cod_not=69449 materia sobre Lampião ser gay. o absurdo são os comentários que o autor do site liberou. todos homofóbicos. urgente!
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